sábado, 17 de novembro de 2007

Língua inglesa e cidadania lingüística

O inglês é cada vez mais uma língua universal. Isso desperta certa preocupação, principalmente quando olhamos, em nosso país, as dificuldades que muitas pessoas têm para escrever em língua materna.

É comum ouvirmos dizer que “o português é a língua mais difícil do mundo”. Verdade ou mito? E o inglês? O aprendizado do inglês não será uma ameaça à língua portuguesa?

Vamos por partes. Em primeiro lugar, aprender uma outra língua nunca fez mal a ninguém. Pelo contrário: aprender outro idioma reforça os “músculos” do cérebro e nos torna mais inteligentes. No entanto, a proliferação de palavras de origem inglesa dentro da língua portuguesa não enfraquece o nosso idioma? Evidentemente, a presença crescente de palavras inglesas no vocabulário da língua portuguesa é um sinal não muito bom. Mas isso não tem a ver com a língua, e sim com a economia.

Significa que o país que mais se impõe economicamente, exatamente por este motivo, consegue também se impor lingüisticamente, principalmente sobre um país de economia dependente, de uma cultura avessa à leitura e com problemas "afetivos" na relação com a língua materna (na escola, diga-se, tristemente, de passagem), como é o caso do Brasil.

Porém, é um direito do cidadão aprender outra língua; e se esta outra língua for o inglês, é uma conseqüência natural de sua presença nos quatro cantos do planeta.

E o português, é realmente uma língua difícil? Não! Não existem línguas fáceis e difíceis. Os problemas que os nossos estudantes enfrentam com a língua escrita, pessoas de todos o mundo também enfrentam com suas próprias línguas, quando não se desenvolve o prazer pela leitura, quando, desde criancinhas, não somos educados para gostar de ler.

Assim, devemos ser educados para a leitura. Em toda e qualquer língua.

Isso acontecendo, o mundo parecerá bem menos misterioso. E os que detêm o poder, terão sonos menos tranqüilos...

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