terça-feira, 22 de março de 2016

Flávio Dino faz críticas à conduta política no Judiciário brasileiro e as arbitrariedades na condução da Lava Jato



O governador do Maranhão, Flávio Dino, criticou, nesta terça-feira (22), a conduta política no Judiciário brasileiro e as arbitrariedades na condução da Operação Lava Jato. Como ex-juiz federal e ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Dino participou de Encontro com Juristas pela Legalidade e em Defesa da Democracia, no Palácio do Planalto, que contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff.
“Judiciário não pode mandar carta para passeata. E se o juiz, o procurador quiser fazer passeata: há um caminho. Basta pedir demissão do cargo. Aliás, quero dizer que adoro fazer passeata. Mas não use a toga para fazer política porque isso destrói o Poder Judiciário”, afirmou em referência à divulgação de interceptações telefônicas envolvendo a presidenta Dilma, sem a autorização do Supremo Tribunal Federal.
Dino comparou a atuação de juízes à participação das Forças Armadas no golpe de 1964, que pôs o Brasil sob o regime militar até 1985. “Impeachment que muitos querem transformar nas comissões gerais de investigação da ditadura: primeiro se pune, depois se acha a prova”, disse antes de complementar. “Ontem as Forças Armadas, hoje a toga supostamente democrática e imparcial”.
O governador lembrou que a estratégia utilizada hoje contra a presidenta Dilma é a mesma que “1% da população que usa há várias décadas essa estratégia para proteger seus interesses”. “A maior corrupção que pode existir em uma sociedade é a desigualdade, é a injustiça social. E aqueles que pretendem situar a corrupção nos estados, eles querem proteger seus privilégios de casta”, criticou.
O vídeo com o discurso do governador pode ser assistido clicando no link abaixo:

https://www.facebook.com/flaviodino/videos/539534492873995/
 

Dia Estadual de Combate à Tortura: nove anos da tortura e do assassinato de Gerô






Hoje, 22 de março, no Maranhão, é o Dia Estadual de Combate à Tortura. A data foi instituída para lembrar a tortura e o assassinato do cordelista, cantor e compositor Jeremias Pereira da Silva, o Gerô.
O artista popular Gerô, de 46 anos, foi torturado até a morte por policiais militares, em 22 de março de 2007, em São Luís. Gerô foi abordado por volta das 13h no terminal de ônibus da Praia Grande. A entrada no hospital público Djalma Marques, o Socorrão, entretanto, só foi registrada às 16h30. Nestas três horas e meia, Gerô foi vítima da brutalidade de dois policiais e da omissão de outros que assistiram às cenas de tortura.
Gerô era negro, artista, tinha 46 anos e morava na Cidade Operária, na capital do Maranhão.          
Indiscutível a importância da data, pois, infelizmente, ainda é grande o número de pessoas, principalmente pobres e negros, vítimas da violência policial e da tortura no Brasil.
Como lembrança do talento de Gerô, disponibilizo o seu cordel "O Caboclo e o deputado", na voz do próprio artista:


quarta-feira, 16 de março de 2016

O tucano João Castelo defende o impeachment de Dilma, pois quer “um país mais justo”. Acreditam nisso?




A manifestação pelo impeachment da presidenta Dilma em São Luís, no domingo, 13 de março, aconteceu na Avenida Litorânea. O mais notório político a convocar o povo para participar do ato em São Luís foi o deputado federal João Castelo (PSDB). Em seu facebook, Castelo além de convidar “todos e todas para a manifestação”, ressaltou querer apenas “um país mais justo”.
João Castelo foi governador biônico (não eleito pelo povo) do Maranhão pela ARENA, o partido da ditadura, de 1979 a 1982. Em 1992 se posicionou contra o impeachment de Collor.
Em 2015, a juíza Luzia Madeiro Nepomucena condenou João Castelo à perda da função pública e dos bens e ao ressarcimento de R$ 115,1 milhões aos cofres públicos por improbidade administrativa, cometida quando exerceu o cargo de prefeito de São Luís (2009-2012).
Hoje (16/03), o Ministério Público do Maranhão divulgou denúncia contra João Castelo por fraude na licitação referente à compra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Na ação, ajuizada pelo promotor João Leonardo Leal, o Ministério Público acusa também o ex-prefeito de São Luís de praticar ilegalidades na implantação dos trilhos e construção de estações e de passageiros.
Assim como João Castelo em São Luís, por todo o país vários “moralistas sem moral” participaram das manifestações contra Lula, Dilma e o PT, apresentando-se como as pessoas mais justas e corretas do mundo. Porém, basta um rápido exame da vida atual e pregressa desses paladinos da justiça, para descobrirmos as razões pelas quais defendem o impeachment de Dilma e apoiam os abusos e o espetáculo midiático do juiz Sérgio Moro. Como fica bem evidente no caso de João Castelo, não tem nada a ver com combate à corrupção e moralização do país. Quem sabe, talvez seja saudades da ditadura...