quarta-feira, 21 de maio de 2008

Centro de Ensino Jansen Veloso discute a violência sexual

Na noite de ontem, 20, o Centro de Ensino Jansen Veloso (Cema) promoveu uma palestra sobre o problema da violência sexual contra crianças e adolescentes. A palestra foi apresentada pelo Dr. Moisés Caldeira Brant, promotor de justiça de Pio XII.

Além dos professores da escola, estiveram presentes os alunos do ensino médio e da 8ª série do ensino fundamental.

Na abertura da palestra, o gestor do Cema, José de Ribamar Jorge Andrade, e a gestora adjunta, Walkirya de Fátima Andrade, destacaram os esforços do corpo docente e administrativo da escola em prol de uma educação de qualidade, que, entre outros aspectos, refletiram-se no resultado do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) de 2007, com o Cema ocupando a melhor posição entre as escolas públicas da regional de educação de Santa Inês, que, além de Pio XII, compreende mais onze municípios.

Representando o corpo docente do Cema, o professor Gilcênio Vieira Souza ressaltou a importância da denúncia da violência sexual, como um ato de afirmação da cidadania. Em nome do corpo discente, o aluno Ronaldo Silva Gomes, do 2º Ano A, lembrou a beleza das relações de respeito recíproco entre as pessoas. O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Pio XII, Dário Silva, deu apoio efetivo ao evento e expressou a preocupação da entidade com o problema.

O promotor inicou a palestra com a apresentação de casos reais de violência sexual contra crianças e adolescentes, os quais ajudou a combater, ao longo de quinze anos de serviços prestados ao Ministério Público do Maranhão.

Em linguagem acessível à juventude, Dr. Moisés traduziu para o público conceitos juridicos como a violência e suas várias manifestações, violência sexual, exploração sexual, estupro, atentado violento ao pudor e outros termos diretamente relacionados ao problema.

Um dos aspectos mais interessantes da palestra foi quando o promotor chamou a atenção dos educadores para os indícios físicos e psicológicos da violência sexual, mostrando a importância de os profissionais da educação serem capazes de identificar esses sinais, quando presentes em sala de aula.

A palestra inclui-se entre as atividades da “VI Semana Estadual de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes” e como incentivo à participação dos alunos no prêmio “Violência Sexual: esquecer é permitir, lembrar é combater”, uma iniciativa do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Secretaria de Estado da Educação, que premiará as melhores redações sobre o tema.

domingo, 18 de maio de 2008

O sorriso de Araceli


Hoje, 18 de maio, é Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi instituída pela lei federal 9.970, de 2000, em protesto ao bárbaro crime contra Araceli Cabrera Sanches Crespo que, aos 8 anos, em 1973, foi seqüestrada, drogada, espancada, estuprada e morta em Vitória, no Espírito Santo, por dois “filhinhos-de-papai” que tinham como diversão rondar os colégios da cidade em busca de meninas para serem viciadas e violentadas.

Infelizmente crimes como o que tirou a vida de Araceli continuam acontecendo.


O sorriso de Araceli


eu tinha apenas 5 anos

quando vi o sorriso de Araceli nos jornais

criança, eu não sabia que

aquela outra criança

não voltaria a sorrir

jamais

Araceli foi vítima

da violência de alguns homens

foi vítima de um mundo

doente da alma

vítima de uma sociedade desigual

do machismo, do capitalismo, do patriarcalismo

que trata mulheres e crianças

como coisas


o sorriso da criança Araceli

podia estar hoje no rosto da professora Araceli

levando esperança aos corações

das crianças

nas escolas

do nosso angustiado século XXI

mas não


outras Aracelis foram violadas

e seus sonhos viraram pesadelos

outras Aracelis continuam a morrer

pela brutalidade de alguns homens

e onde havia um sorriso

há sangue e tristeza


Aracelis, Anas ou Marias

ou Joões, Josés ou Franciscos

a beleza de suas pequenas vidas

depende só

de serem

tratados
como crianças


Gilcênio Vieira Souza, Pio XII, 18 de maio de 2006.

Poema originalmente publicado em: http://diariopedagogico.blig.ig.com.br

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A convite do Centro de Ensino Newton Bello, promotor profere palestra sobre violência sexual


Ontem à tarde, no salão paroquial, em Pio XII, o Centro de Ensino Newton Bello promoveu a palestra “Violência sexual: esquecer é permitir, lembrar é combater”. A palestra foi proferida pelo promotor de justiça de Pio XII, Moisés Caldeira Brant.

O evento foi realizado como parte das atividades da “VI Semana Estadual de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes” e do Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes, domingo próximo, 18 de maio.

Na abertura da palestra, a gestora do CE Newton Bello, Marineusa Oliveira Almeida, destacou a importância do evento e do diálogo entre o promotor e os alunos e professores presentes. Todo o quadro docente e discente do turno vespertino da escola participou do evento, além de professores do turno matutino.

O professor Gilcênio Vieira Souza falou sobre a origem da data, criada em homenagem a Araceli Cabrera Sanches, violentada e assassinada com apenas oito anos, em Vitória, capital do Espírito Santo, no dia 18 de maio de 1973. Para lembrar a violência contra a menina e contra milhares de outras Aracelis, vítimas da violência sexual, o professor Gilcênio escreveu há dois anos o poema “o sorriso de Araceli”, o qual foi apresentado aos participantes do evento e que faz parte do livro “Cessin em Cantos e em Contos”, lançado no mês passado pela Universidade Estadual do Maranhão .

O professor Silas Sousa Bezerra apresentou um texto mostrando aos educadores como identificar as marcas da violência sexual.

Em sua palestra, o promotor expôs didaticamente o que é infância, o que é adolescência, mostrou os vários tipos de violência existentes – até explicar em detalhes o tema central da palestra: a violência sexual.

Ao final da palestra, Dr. Moisés colocou-se à disposição da comunidade para o recebimento de denúncias, lembrando que o silêncio gera a impunidade e a multiplicação dos casos de violência sexual.

No encerramento, a gestora do CE Newton Bello agradeceu a participação de alunos e professores e o empenho de todos os que contribuíram para o sucesso da atividade, destacando a colaboração do presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Dário Silva, que, por sua vez, lembrou o compromisso da UMES com a juventude.

A palestra proferida pelo Dr. Moisés e outras atividades planejadas pela escola servirão de subsídio para os alunos do ensino fundamental e médio do CE Newton Bello participarem do prêmio “Violência Sexual: esquecer é permitir, lembrar é combater”, uma iniciativa do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Secretaria de Estado da Educação, que premiará as melhores redações sobre o tema.

A cerimônia de premiação dos melhores trabalhos será no dia 11 de agosto, Dia do estudante.