Eleições da UMES Pio XII: uma vitória da ética e da cidadania

Ontem, 19, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) de Pio XII realizou eleição para renovação da diretoria para o biênio 2007-2009. O processo eleitoral foi marcado por forte expectativa, em função das manobras da atual diretoria, do regulamento anti-democrático da eleição e das provocações e baixarias efetuadas por Pedro Lopes – atual “presidente” da UMES e candidato pela chapa 1 – e por Assis Filho, ex-presidente da UMES e principal cabo eleitoral da chapa 1.

Devido à sua política de submissão ao poder, a UMES de Pio XII vive há muito no imobilismo, as reivindicações dos estudantes foram totalmente esquecidas e a sede da entidade, em vez de representar um lugar de apoio à mobilização estudantil, serve mais para farras e bebedeiras.

O processo eleitoral foi marcado por manobras, nas quais ficava evidente a tentativa de Pedro Lopes e Assis Filho em não perder o controle da situação. A primeira e mais absurda manobra foi colocar no regulamento da eleição uma cláusula que criava um colégio eleitoral de delegados, em que cada voto valia quinze vezes mais que o voto dos demais estudantes. Nem a ditadura militar pensaria em algo tão maquivélico!

Outra manobra foi Assis Filho aparecer como “presidente” da comissão eleitoral, sem que ninguém o tivesse eleito. Com esses dois artifícios, Pedro Lopes e Assis Filho acreditavam que podiam fraudar a rejeição das urnas.

Diante das arapucas que se armavam, do clima de intimidação contra os estudantes, que provavelmente ocorreria, com a presença de trogloditas “contratados” em São Luis, como aconteceu na última eleição da UMES, apresentei requerimento ao Ministério Público Estadual, no dia 09/10, solicitando providências no sentido de impedir que atos de violência e/ou desrespeito às crianças e adolescentes pudessem se efetivar durante o processo eleitoral.

Iniciada a campanha eleitoral, em vez de apresentar propostas, Pedro Lopes e Assis Filho começaram a espalhar mentiras e baixarias contra os candidatos a presidente e vice pela chapa 2, Dário e Denilson, e contra mim (por eu ter escrito uma matéria conscientizando os estudantes sobre os perigos de votar em indivíduos tão anti-éticos).

Enquanto isso, a chapa 2 mostrava aos estudantes os seus planos para fazer da UMES uma entidade ética e combativa.

Como já se esperava, Pedro Lopes e Assis Filho trouxeram seus colegas de São Luis, que só não puderam intimidar os estudantes, como da vez passada, devido ao papel vigilante do Ministério Público e da polícia militar.

Enquanto os estudantes votavam em suas próprias escolas, os delegados votavam numa urna localizada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pio XII.

Para garantir a segurança da eleição, a apuração foi realizada na delegacia. A apuração começou ainda na noite do dia 19. Abertas as primeiras urnas, a chapa 2 vencia por larga vantagem. A apuração continuou hoje, 20, e a chapa 2 continuava expandido sua vantagem sobre a chapa 1. Quando chegou a urna com o voto dos “delegados”, a lista de votantes estranhamente desapareceu, o que foi motivo para que o “presidente” da comissão eleitoral, Assis Filho, e a chapa 1, gerassem um impasse na apuração.

Mas, a lista foi encontrada... Onde? Numa pasta pertencente a Assis Filho...

Foi a última manobra. Apurados, os votos dos delegados não foram suficientes para cobrir a grande vantagem já estabelecida pela chapa 2. O resultado da eleição, foi:

Chapa 1 = 1227 votos

Chapa 2 = 2347 votos

Nulos = 90 votos

Brancos = 10 votos

TOTAL = 3647 votos

Vitória esmagadora da chapa 2.

Momento histórico

Pio XII parou. Não apenas para acompanhar a apuração da eleição da UMES, mas para se solidarizar com a chapa 2. As ações de Pedro Lopes e Assis Filho encaminhavam-se no sentido de fraudar a eleição, ou pedir a sua anulação, diante da constatação de que a chapa 1 sofreria uma humilhante derrota.

Mas os planos dos dois foram por água abaixo. O trabalho do Ministério Público e do promotor, Dr. Moisés Caldeira Brant, a ação cidadã da Polícia Militar, a imprensa independente (a rádio Babaçu transmitiu a apuração ao vivo), mas, principalmente, a comunidade como um todo – todos os esforços convergiram para evitar a fraude por parte da chapa 1 e deixar as urnas expressarem a vontade dos estudantes e o seu sentimento de indignação.

Parabéns estudantes, parabéns chapa 2, parabéns Pio XII: esta é uma vitória da ética e da cidadania.