sexta-feira, 31 de maio de 2013

Maria da Penha é homenageada em São Luís

Por Annes Lima, para o Notícias de Pio XII

Quarta-feira passada, 29/05, tive a oportunidade e a honra de conhecer a mulher que inspirou a criação da Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha: Maria da Penha Maia Fernandes esteve em São Luís para ser homenageada na inauguração da “Biblioteca Maria da Penha”, localizada no prédio da Secretaria de Estado da Mulher, na Avenida Colares Moreira, no Calhau. Segundo a Secretária de Estado da Mulher, Catharina Bacelar, a biblioteca é “a primeira especializada em questões de gênero do país”.
Antes da visita à biblioteca, Maria da Penha participou da palestra sobre violência de gênero proferida pela juíza Sônia Amaral, no auditório da Assembleia Legislativa do Maranhão. Após a palestra da juíza, Maria da Penha narrou seu drama pessoal.
Em 1983, enquanto dormia, Maria da Penha recebeu um tiro de seu marido, Marco Antônio Heredia Viveiros. Como sequela, perdeu os movimentos das pernas e se viu presa em uma cadeira de rodas. Seu marido tentou negar o crime, afirmando que o disparo havia sido feito por um ladrão.
Após meses no hospital, Maria da Penha voltou para casa. Seu marido tentou eletrocutá-la embaixo do chuveiro. Depois de mais essa tentativa de assassinato, Maria da Penha conseguiu autorização judicial e saiu de casa em companhia das três filhas.
Ela, então, iniciou uma longa jornada em busca de justiça e segurança. Sete anos depois, seu marido foi a júri, sendo condenado a 15 anos de prisão. A defesa apelou da sentença e, no ano seguinte, a condenação foi anulada. Um novo julgamento foi realizado em 1996 e uma condenação de 10 anos foi-lhe aplicada. Porém,  o marido de Maria da Penha apenas ficou preso por dois anos, em regime fechado.
O caso teve repercussão internacional e chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Foi considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica.
Toda sua luta culminou na criação da lei que leva o seu nome, sancionada pelo presidente Lula em 07 de agosto de 2006.
Em alguns momentos, Maria da Penha teve que conter as lágrimas para dar continuidade à narração de sua história de vida. O drama contado por ela é, infelizmente, vivenciado diariamente por milhões de mulheres em todo o mundo.

Pio XII não é uma exceção quando o assunto é a violência doméstica. Pelo contrário, há o registro de inúmeros casos de violência de gênero. Por essa razão, é necessária uma política de Estado e ações governamentais efetivas para combater essa forma de violência e proporcionar às mulheres condições para superar as adversidades que enfrentam.
Maria da Penha ao lado da Secretária de Estado da Mulher, Catharina Bacelar
Maria da Penha narra sua trajetória pessoal
Maria da Penha na capa do seu livro Sobrevivi, Posso  Contar.
Créditos das fotos: Catharina Bacelar.