O resultado da eleição mostrou que, apesar de reeleito, o prefeito de Pio XII, Mundiquinho Batalha, sofreu uma dura derrota política. Em 2004 Mundiquinho obteve 7.037 votos. Agora, em 2008, obteve 6.534 votos, ou seja: 503 votos a menos que em 2004. A queda é maior se consideramos que em 2004 Pio XII possuía 15.784 eleitores e, em 2008, possui 16.935 eleitores. Ou seja, enquanto o eleitorado de Pio XII teve um aumento de 7,3%, os votos de Mundiquinho caíram 7,1%.
Considerando o eleitorado piodozense (16.935 eleitores), os votos dados a Mundiquinho (6.534 votos) representam apenas 38,6% do total. Ou, trocando em miúdos, a maioria dos piodozenses, ou exatamente 61,4% dos eleitores NÃO reelegeram Mundiquinho, o que mostra que a maior parte da população não concorda com sua administração coronelista.
Além disso, em 2004, Elisiário, adversário de Mundiquinho, obteve 5.216 votos. Os adversários de Mundiquinho em 2008, Pedro Veloso e Paulo Veloso, juntos alcançaram 6.401 votos, um aumento de 22,7% em relação aos votos dados a Elisiário em 2004.
Assim, mesmo contando com um forte esquema de uso da máquina administrativa e de compra de votos, e tendo ao seu lado cabos eleitorais “indiretos”, como o ex-prefeito Veloso, que pedia às pessoas que se não fossem votar em seu filho Paulo Veloso, votassem em Mundiquinho – apesar de tudo isso, Mundiquinho teve uma votação inferior a que obteve em 2004.
A administração Mundiquinho é caracterizada pela ausência de democracia e perseguição aos opositores. Representa um governo de direita, simbolizado pelo 11, número do Partido Progressista (PP), que tem entre seus “líderes” máximos o ex-prefeito Paulo Maluf, um dos homens-símbolo da ditadura militar (Maluf, aquele que uma vez declarou: “se quiser estuprar, estupra, mas não mata”). Outro símbolo do governo direitista de Mundiquinho é o apoio dado à família Sarney, oligarquia que impôs a mordaça e o atraso ao Maranhão durante 40 anos.
Assim, mesmo eleito Mundiquinho, 61,4% dos eleitores recusaram-se a apoiar a sua reeleição. Este fato possui uma profunda importância política: revela que quase 2/3 dos piodozenses estão cansados do coronelismo imposto por uma minoria à maioria oprimida da população.
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