Por Welliton Resende
Para a maior parte dos prefeitos corruptos é muito mais
vantajoso por em prática o assistencialismo que efetivamente aplicar os
recursos públicos em prol de políticas públicas que sejam transformadoras da
realidade local.
Esta prática, que vem desde o período colonial,
consiste na ação de pessoas, organizações governamentais e entidades junto às
camadas sociais menos favorecidas, marginalizadas e carentes, caracterizada
pela ajuda momentânea, filantrópica, pontual (doações de alimentos e
medicamentos, por exemplo).
O grande problema do assistencialismo é que ele não é capaz
de transformar a realidade social das comunidades mais pobres, pois atende
apenas às necessidades individuais e a ajuda é feita por meio de doações.
Além disso, é muito mais "barato" dar à população
material de construção, pagar suas contas de água e luz ou, até
mesmo, doar remédios aos doentes. Isto caro leitor, custa muito menos que
construir escolas, hospitais ou mesmo dotar o município de infraestrutura
urbana. No entanto, o abandono secular das populações continua.
O assistencialismo, ao contrário do que se costuma imaginar,
causa a conservação da situação de carência das camadas marginalizadas, visto
que, por ser uma prática de doação, é um ótimo meio de construção de uma imagem
favorável dos doadores. Resumindo, o prefeito vai sempre posar de
"bonzinho" e cair nas graças da população.
No Sistema Federativo Brasileiro os municípios foram criados
para atender a todos os habitantes da base territorial-geográfica
indistintamente; e não apenas aqueles que, de uma forma ou outra,
conseguem levar alguma vantagem devido ao grau de parentesco, coleguismo
ou outra forma de afinidade.
O prefeito que pratica o assistencialismo e o apadrinhamento
está cometendo não só um crime contra a legislação, mas, principalmente, contra
todo o conjunto da sociedade que confiou em suas propostas e o elegeu.
Disponível em: http://blogdocontrolesocial.blogspot.com.br/2012/07/assistencialismo-e-apadrinhamento.html
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