quinta-feira, 5 de junho de 2008

Grupo do prefeito Mundiquinho tenta dar golpe na UMES e calar a voz dos estudantes

Dário Silva, com o microfone; ao seu lado, Gilvânio Coelho, Telso Cruz e Paula Celina: o grupo Mundiquinho tenta "dar as cartas" na UMES. 
Dário, com o microfone; sob pressão, Zé Mário, Sec. de Administração, dá explicações aos manifestantes.   

Estudantes em passeata pela meia-passagem.

Sexta-feira passada, 30/05, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) de Pio XII conseguiu a aprovação na Câmara de Vereadores do projeto de lei que concede meia passagem aos estudantes no serviço de mototáxi.
À tarde do mesmo dia, a UMES realizou o que deveria ter sido o seu 6º congresso.

A mobilização pela meia-passagem
Na manhã da sexta, a entidade mobilizou os estudantes e foi à Câmara pressionar para a aprovação do projeto da meia-passagem. Os estudantes ocuparam as dependências do legislativo municipal enquanto o presidente da UMES, Dário Silva, utilizava a tribuna da Câmara para explicar a importância da lei. O projeto foi aprovado por unanimidade. 
Depois, a direção da UMES e os estudantes dirigiram-se à prefeitura de Pio XII para solicitar o compromisso do prefeito com a sanção da lei. Em frente à prefeitura, os estudantes pediram a presença do prefeito Mundiquinho para confirmar que a lei seria sancionada, mas Mundiquinho não apareceu. Diante dos protestos dos secundaristas, o secretário de Administração, José Mário Rios de Sousa Sobrinho, desceu para conversar com os estudantes, afirmando que o prefeito receberia a lei e provavelmente a sancionaria.

Deveria ter sido um congresso, mas...   
À tarde, os estudantes se encontraram no clube Drink Som para participar do 6º Congresso da UMES. Porém, o que deveria ter sido um congresso, terminou sendo um ato para a divulgação da nova carteira estudantil.
Entre os cerca de cento e cinqüenta estudantes presentes, poucos eram os de nível médio.
Não foi realizada nenhuma discussão sobre os problemas educacionais do município. Dessa forma, os estudantes perderam uma excelente oportunidade para apresentar propostas que busquem o funcionamento de um transporte escolar digno e de qualidade, a democratização da gestão escolar, com eleição direta para diretores das escolas municipais e estaduais, um conselho do FUNDEB transparente e aberto ao diálogo com os estudantes e a sociedade – já que o atual conselho é controlado pela prefeitura, não se reúne nem presta contas com a comunidade – implantação de grêmios estudantis democráticos e combativos, entre outras propostas.
O que predominou no pseudocongresso foi a propaganda em prol da administração Mundiquinho. E, de fato, na mesa que compunha o congresso, três secretários municipais estavam representando o prefeito: Gilvânio Coelho (Infra-estrutura), Paulo Celina (Saúde) e Telso Cruz (Cultura), além de Assis Filho, presidente da Central da Juventude (Cejuv), que também fez propaganda do prefeito de Pio XII.
À noite, os estudantes voltaram a se encontrar no clube Drink para comemorar a conquista da meia-passagem.

Um golpe para calar a voz dos estudantes
A prefeitura de Pio XII havia se comprometido a patrocinar a comemoração dos estudantes à noite no clube Drink. Assim, o presidente da UMES, Dário Silva, procurou o secretário de Infra-estrutura, Gilvânio Coelho, para a concretização do patrocínio. Mas, de última hora, inexplicavelmente, a prefeitura de Pio XII decidiu suspender a ajuda à festa dos estudantes.
A razão de a prefeitura ter retirado o seu apoio à festa da UMES foi devido à mobilização realizada pela manhã. A filha do prefeito, e secretária de Saúde, Paula Celina, irritou-se com a manifestação dos estudantes em frente à prefeitura e culpou o presidente da UMES, Dário Silva, por não ter evitado a expressão livre e democrática dos estudantes.
Não é esta a primeira vez que a administração Mundiquinho se irrita com a liberdade de expressão e a independência de opinião. O próprio Dário Silva já foi vítima desse abuso em outras oportunidades. Em 2006, por exemplo, durante a campanha eleitoral para o governo do Maranhão, a secretária de Ação Social, Celina Figueiredo, irritou-se com Dário por este ter se recusado a vestir uma camisa com a foto da senadora e candidata a governadora Roseana Sarney. Por ter tido a coragem de ser autêntico, Dário foi vítima de perseguição, sendo remanejado do seu local de trabalho e sofrendo humilhações por parte de secretários e outros membros da administração Mundiquinho.
A atual diretoria da UMES de Pio XII entrou para a história com uma vitória ética e combativa, que mobilizou amplos setores sociais, inviabilizando o peleguismo dos ex-presidentes da entidade, Assis Filho e Pedro Lopes, que, em vão, tentaram até o último momento impedir por meio de fraude a vitória de Dário Silva e seus companheiros.
Porém, depois da vitória, a diretoria eleita não voltou a manter contato com os estudantes. Em contrapartida, continuou dependendo financeiramente da prefeitura de Pio XII. Com a proximidade da eleição para prefeito e vereador, a administração Mundiquinho resolveu chantagear a UMES, retirando a verba que repassava mensalmente para a entidade. Diante da independência política de Dário e seus companheiros, o grupo Mundiquinho começou a pressionar a diretoria da UMES para apoiar explicitamente a reeleição de Mundiqunho. Para isso, o representante do núcleo do Sinproessema, Laestro Pereira, foi escolhido para negociar com a UMES o apoio a Mundiquinho, garantindo que dessa forma a entidade continuaria recebendo dinheiro da prefeitura.
Depois disso, o que se viu foi reuniões sendo realizadas sem a presença do presidente da UMES, dinheiro sendo distribuído para membros da UMES e uma pressão cada vez maior para que Dário Silva abandone a entidade e a UMES assuma a campanha de Mundiquinho para prefeito.
Assim, a não-realização do congresso da UMES é conseqüência direta dessa tentativa de golpe por parte da administração Mundiquinho. O que deveria ter sido um congresso virou mera representação simbólica da política do pão e circo, com o secretariado do prefeito, triplamente presente no evento, junto com Assis Filho, que além de ter tentado fraudar a última eleição da UMES, escondendo a lista de votantes, é acusado também de ter ocupado ilegalmente o cargo de conselheiro da juventude, por ter sido escolhido como representante da UMES, quando nem fazia mais parte da entidade nem era mais estudante secundarista, conforme denúncia feita na coluna do Dr. Peta, do Jornal Pequeno, de 9/9/2007 (disponível em: http://www.jornalpequeno.com.br/2007/9/8/Pagina63549.htm).
A atual administração tenta também manter influência dentro da UMES através de dois diretores da entidade, Antonio Nilson Braga e Denildo Vale. A escolha desses dois não é acidental, como também não é coincidência o fato de ambos terem conseguido emprego na administração Mundiquinho Batalha. Detalhe: como não são concursados, os dois ocupam ilegalmente os cargos que o prefeito lhes “deu”.
Os estudantes precisam se mobilizar para garantir a independência da UMES, pois não podemos admitir o abuso de autoridade, o fim do direito de expressão, a política do “cala a boca”. A vitória da chapa de Dário Silva e seus companheiros foi um grande passo à frente no movimento estudantil de Pio XII; não se pode agora permitir que se dêem dois passos para trás.

Um comentário:

  1. devido a todos esses acontecimentos eu Josivaldo que hoje estou morarando em outro Estado apesar de estar sabendo só um lado da historia estou envergonhado por saber que uma entidade como a UMES esta na mira de sendo visada como um livre comercio para beneficiar algumas pessoas no meio politico de uma cidade que cresceu muito com o movimento estudantil que eu fiz parte ajundando a fundar uma das mais respeitada entidade estudantil do Brasil e agora estao querendo acabar vendendo para grupo politico, isso tem acabar estou lonje MAIS ESTOU DE OLHO.
    obrigado por manter o Brasil informado.

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