segunda-feira, 9 de junho de 2008

9 de junho de 1910: há 98 anos nascia Pagu


Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), conhecida como Pagu, foi jornalista, escritora e ativista política.
Aos 15 anos, era colaboradora de um jornal de bairro em São Paulo. Aos 18, aderiu ao movimento modernista; e aos 19, ao movimento antropofágico.
Em 1931 lançou, juntamente com o escritor Oswald de Andrade, um tablóide político no qual assinava a coluna feminista "A Mulher do Povo". No mesmo ano, Patrícia Galvão foi presa por participar de uma manifestação, tornando-se uma das primeiras brasileiras a serem presas por motivo político no século 20.
Teve dois filhos. Publicou poemas, desenhos e romances: Parque Industrial (edição da autora, 1933), sob o pseudônimo Mara Lobo, considerado o primeiro romance proletário brasileiro, e A Famosa Revista (Americ-Edit, 1945), em colaboração com Geraldo Ferraz. Parque Industrial foi publicado nos Estados Unidos em tradução de Kenneth David Jackson em 1994 pela Editora da University of Nebraska Press.
Escreveu também contos policiais, sob o pseudônimo King Shelter, publicados originalmente na revista Detective, dirigida pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, e depois reunidos em Safra Macabra (Livraria José Olympio Editora, 1998).
Foi diretora teatral e incentivadora de grupos de teatro amador. Nas colunas literárias que assinou, sempre apoiava artistas de vanguarda.
Estudou na França (Sorbonne), onde foi presa por suas atividades políticas. Repatriada, é presa novamente. Sofre torturas e fica detida até 1940. Em 1950 concorre a deputada estadual em São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro, mas não é eleita.
Patrícia Galvão sempre acreditou que as mulheres deveriam lutar contra a desigualdade de que são vítimas, mas também contra a exploração capitalista em geral. Foi um exemplo de artista, intelectual e militante política que ousou enfrentar a dupla repressão burguesa: a ideologia machista e a repressão do Estado burguês. 

Curiosidades


Em viagem à China, Pagu obteve as primeiras sementes de soja que foram introduzidas no Brasil.
Em 2004, a memória de Pagu foi salva pela catadora de rua Selma Morgana Sarti, em Santos. A catadora encontrou jogados no lixo fotos e documentos originais da escritora e do jornalista Geraldo Ferraz, seu último companheiro. Entre os achados, estava uma foto de Pagu, com dedicatória para Geraldo.
Com informações do Instituto Patrícia Galvão (http://www.patriciagalvao.org.br/) e da Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrícia_Rehder_Galvão).

Nenhum comentário:

Postar um comentário