Nestas eleições, três candidatos concorrem à prefeitura de Pio XII: o atual prefeito, Mundiquinho Batalha (PP), o deputado Pedro Veloso (PDT) e o seu irmão Paulo Veloso (PRB). Mundiquinho tem como vice Dr. Franzé (PSDB); o vice de Pedro Veloso é Jorginho Franco (PPS) e o de Paulo Veloso é Miuzete Fontenele (PRB). É esta a informação disponível no site do TSE, porém Paulo Veloso apresenta como seu vice o vereador Georthon Portilho.
Essa divisão, claro, favorece o atual prefeito Mundiquinho, cuja administração é marcada pela perseguição aos servidores municipais: nos primeiros meses de seu governo, Mundiquinho tentou demitir cerca de 400 funcionários, e só não conseguiu graças à luta do SINSPPI (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pio XII), que acionou o Ministério Público e este, por sua vez, entrou com uma ação civil pública contra o prefeito Mundiquinho, bloqueando os recursos do município para que os servidores recebessem os seus salários atrasados. Ao longo dos seus quatro anos de mandato, Mundiquinho e seus secretários continuaram perseguindo os servidores do município, com rebaixamento de salários, remanejamento dos seus locais de trabalho, chantagens e ameaças.
Nessa campanha, volta a se repetir a falta de discussão de idéias das campanhas anteriores: praticamente nenhum dos candidatos discute com a população propostas para melhorar a realidade do município: pelos índices do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Pio XII está entre os municípios mais pobres do Brasil.
O deputado Pedro Veloso teve uma importante iniciativa no início de sua campanha, com a realização de um seminário do PDT, o qual ouviu diversos setores da comunidade. Porém, a discussão de propostas não teve continuidade, perdendo-se assim uma grande oportunidade de envolver a juventude, educadores e profissionais diversos na análise da situação do município e na busca de alternativas para melhorar sua realidade.
Paulo Veloso, por sua vez, lançou há alguns dias dez propostas em áreas diversas (saúde, educação, etc.). Porém, apesar de tardiamente manifestas (estamos a quatorze dias da eleição), as idéias não são encaminhadas à discussão franca e democrática com a comunidade.
Já a candidatura Mundiquinho praticamente não apresenta quaisquer propostas para a melhoria do município, repetindo o vazio de sua administração, pobre de idéias e de iniciativas e ausente qualquer possibilidade de participação democrática nos rumos do governo.
Governar começa na campanha
Se prestarmos bem atenção na maioria dos candidatos durante as eleições (em qualquer lugar do mundo), há uma grande preocupação em dirigir o discurso para “os pobres”. A razão dessa “opção” é simples: a maior parte do eleitorado é formada pelas pessoas mais pobres da população.
Se continuarmos prestando atenção na situação pós-eleitoral, quando os candidatos são eleitos e tomam posse, geralmente os pobres são esquecidos. Isso acontece com freqüência.
A coerência entre discurso e prática deve mostrar campanha eleitoral e exercício do mandato como coisas não separadas. De fato, todo candidato deveria utilizar a campanha para realizar assembléias populares e ouvir a população, montando seu programa de governo a partir das reivindicações mais urgentes. Eleito, o mandato seria a oportunidade de pôr em prática as aspirações do povo, através de uma gestão democrática de governo.
Nos 50 anos de Pio XII, é preciso discutir propostas para tirar a cidade da miséria
Em 19 de janeiro de 2009, ou seja, daqui a quatro meses, o município de Pio XII completa 50 anos. No inicio desse ano, o prefeito Mundiquinho fez uma grande propaganda comemorando os “trinta anos” de Pio XII. Mundiquinho, como outros políticos de Pio XII, querem esconder a verdadeira idade do município, porque para eles é vergonhoso saber que a cidade vai fazer meio de século de existência e são calamitosas as condições de vida da maioria da população.
As “comemorações” dos 50 anos do município deveriam vir acompanhadas da discussão de um programa de governo democrático e que realmente procure melhorar as condições de vida da maioria explorada da população.
É isso que está faltando nessa campanha eleitoral, que, nesse aspecto, não difere das demais.
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