quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Assistencialismo e apadrinhamento, raízes da corrupção nos municípios


Por Welliton Resende
Para a maior parte dos prefeitos corruptos é muito mais vantajoso por em prática o assistencialismo que efetivamente aplicar os recursos públicos em prol de políticas públicas que sejam transformadoras da realidade local.
Esta prática,  que vem desde o período colonial,  consiste na ação de pessoas, organizações governamentais e entidades junto às camadas sociais menos favorecidas, marginalizadas e carentes, caracterizada pela ajuda momentânea, filantrópica, pontual (doações de alimentos e medicamentos, por exemplo).
O grande problema do assistencialismo é que ele não é capaz de transformar a realidade social das comunidades mais pobres, pois atende apenas às necessidades individuais e a ajuda é feita por meio de doações.
Além disso, é muito mais "barato" dar à população material de construção, pagar suas contas de água e luz ou,  até mesmo,  doar remédios aos doentes. Isto caro leitor, custa muito menos que construir escolas, hospitais ou mesmo dotar o município de infraestrutura urbana. No entanto, o abandono secular das populações continua.
O assistencialismo, ao contrário do que se costuma imaginar, causa a conservação da situação de carência das camadas marginalizadas, visto que, por ser uma prática de doação, é um ótimo meio de construção de uma imagem favorável dos doadores. Resumindo, o prefeito vai sempre posar de "bonzinho" e cair nas graças da população.
No Sistema Federativo Brasileiro os municípios foram criados para atender a todos os habitantes da base territorial-geográfica indistintamente; e não apenas aqueles  que, de uma forma ou outra,  conseguem  levar alguma vantagem devido ao grau de parentesco, coleguismo ou outra forma de afinidade.
O prefeito que pratica o assistencialismo e o apadrinhamento está cometendo não só um crime contra a legislação, mas, principalmente, contra todo o conjunto da sociedade que confiou em suas propostas e o elegeu.


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