terça-feira, 17 de abril de 2012

Professores da rede municipal decretam GREVE


Em assembleia realizada sábado passado, 14, os professores da rede municipal de ensino de Pio XII decretaram greve por tempo indeterminado. Segundo o representante do Sinproesemma (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão), Laestro Pereira, a greve tem como principal motivação o fato de que a prefeitura de Pio XII não repassou aos salários dos professores o aumento de 22% do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), estabelecido pelo governo federal. Além disso, reivindica-se a inclusão dos AOSD (auxiliares operacionais de serviços diversos) como trabalhadores da educação. Laestro denuncia também a contratação irregular de 150 professores pela secretaria municipal de educação de Pio XII.
Ontem, 16, os professores saíram em passeata que culminou em formalização de denúncia ao Ministério Público contra a prefeitura de Pio XII e a secretaria municipal de educação. Nesta terça o comando de greve irá organizar visitas às escolas da zona rural com exposição, em telão, do valor dos repasses efetuados pelo governo federal ao município de Pio XII.
Conquistas não são “bondade” dos políticos
As conquistas obtidas pelos professores da rede municipal de ensino de Pio XII têm sido fruto da sua organização e da sua luta e não da “bondade” dos administradores. E, de fato, foram necessárias duas greves durante a gestão Mundiquinho Batalha-Meirelene Froes para que se mudasse o quadro da educação municipal: em 20-21 de junho de 2005 e em 15 de maio de 2007 (ver Dignidade Pública: www.dignidadepublica.blogspot.com.br/2007_06_01_archive.html). Além de inúmeras denúncias e mobilizações, como a que fez o Sinsppi (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Pio XII) em outubro de 2005 e que resultou na obrigatoriedade de a administração Mundiquinho Batalha realizar concurso público (ver www.dignidadepublica.blogspot.com.br/2005_12_01_archive.html).
O uso político-eleitoral das contratações por tempo determinado
As contratações por tempo determinado impedem que os professores efetivos sejam remunerados de maneira correta, de acordo com os repasses do Fundeb. Além disso, os contratados, escolhidos sem processo seletivo, ficam nas mãos da secretária municipal de educação, Meirelene Froes, do prefeito de Pio XII, Mundiquinho Batalha, e outros “agenciadores” do grupo do prefeito: os contratados são persuadidos a acreditar que o “benefício” do contrato deve ser retribuído com o voto.
O Notícias de Pio XII constatou que em 2008 (ano de eleições municipais, diga-se de passagem) a administração do prefeito Mundiquinho Batalha afirma ter gasto mais de um milhão de reais só com contratos por tempo determinado. Esse valor representa um aumento exorbitante em relação aos anos anteriores. Enquanto em 2006 foram gastos apenas R$ 2.987,90 em contratações por tempo determinado, e em 2007 não se gastou um centavo, em 2008 foram gastos R$ 1.096.720,79.
Por meio do site Queremos Saber (http://queremossaber.org.br/pt/body/prefeitura_de_pio_xii_ma), procuramos a prefeitura de Pio XII, em busca de explicações que justifiquem o gasto de mais de um milhão em contratos temporários em 2008. Contudo, até o fechamento dessa edição, a prefeitura não nos forneceu nenhuma justificativa.

Um comentário:

  1. Prof. José Hilton Naiva de Oliveira17 de abril de 2012 às 14:01

    Faça-se como se pede o Estado Democrático de Direito:Direito conquistado não é posto em discussão é simplesmente levado a efeito.Caso não ocorra em sua exatidão plena, recorre-se aos órgãos responsáveis e faça-se movimentações públicas para deixar a sociedade esclarecida dos fatos. Parabéns a Classe.


    Prof. José Hilton Naiva de Oliveira

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