Em
qual gênero se enquadra o filme de domingo, 17 de abril de 2016, assistido por milhões
de brasileiros? Comédia? Drama? Terror? Pornochanchada?
A
farsa representada pelo impeachment da presidenta Dilma mostrou a pobreza
espiritual e política que reina na Câmara dos Deputados. A maioria absoluta dos
que disseram sim ao impeachment não se detiveram em justificar se havia ou não crime
de responsabilidade, mas cinicamente votavam em nome de Deus, dos filhos, da
sua cidade e base eleitoral, etc.
A
exibição desse teatro da mediocridade comprovou a inexistência de uma base
jurídica para o impeachment e a confirmação de que se trata de um golpe contra
o governo Dilma, contra o PT e contra a democracia.
Dez
deputados maranhenses disseram sim ao golpe: Alberto Filho (PMDB), André Fufuca
(PP), Cleber Verde (PRB), Eliziane Gama (PPS), Hildo Rocha (PMDB), João Castelo
(PSDB), José Reinaldo (PSB), Juscelino Filho (DEM), Sarney Filho (PV) e Victor
Mendes (PSD).
As
justificativas para votar pelo impeachment foram as mais disparatadas possíveis.
Alberto Filho lembrou os 96 anos de Bacabal; André Fufuca falou em nome das
pessoas que foram enganadas pela refinaria Premium etc. etc.; Cleber Verde fez algumas
frases de efeito antes de dizer sim; Eliziane Gama falou em nome do Maranhão, de
São Luís, do Nordeste e enfatizou a “corrupção cristalizada nesse governo”,
como se a corrupção tivesse sido inventada agora, “esquecendo” a enorme lista
de corruptos que não fazem parte do governo, inclusive o corrupto que estava bem
à sua frente, a conduzir aquele processo de impeachment, o deputado Eduardo
Cunha; Hildo Rocha falou em nome do Maranhão; João Castelo citou as palavras “coerência
e dignidade”, logo ele que foi condenado a devolver mais de cem milhões aos
cofres públicos (que dignidade!) por falcatruas realizadas quando prefeito de
São Luís (detalhe: em 1992, João Castelo
posicionou-se contra o impeachment de Collor); José Reinaldo lembrou a “cassação
injusta” de Jackson Lago, mas esqueceu de dizer que a cassação do ex-governador
do Maranhão foi promovida pelo grupo Sarney, a quem domingo José Reinaldo
estava aliado na votação do impeachment e na cassação injusta de Dilma; Juscelino
Filho falou de Vitorino Freire e Santa Inês, cidades que são sua base eleitoral;
Sarney Filho justificou o sim em nome do seu partido (PV) e Victor Mendes falou
da cidade de Pinheiro e fez uma homenagem às suas filhas. Ou seja: nenhum dos dez deputados
maranhenses tocou no mérito da questão: se existia ou não crime de
responsabilidade.
Oito deputados maranhenses votaram contra o golpe
Oito
deputados maranhenses votaram contra o golpe: Aluízio Mendes (PTN), João
Marcelo Souza (PMDB), Júnior Marreca (PEN), Pedro Fernandes (PTB), Rubens
Pereira Jr. (PCdoB), Waldir Maranhão (PP), Weverton Rocha (PDT) e Zé Carlos
(PT).
Ao
se posicionar contra o golpe, o deputado Rubens Pereira Jr. desmascarou a farsa
montada por Eduardo Cunha e seu bando de demagogos. Suas palavras sintetizam em
que consiste o golpe:
“Conseguiu, hein presidente? Governo mal avaliado deve
ser julgado nas ruas. Aqui deve ser avaliado se pedalada, decreto, é ou não crime
de responsabilidade e segundo a Constituição não é. Defender a Constituição em
momentos contramajoritários é pra quem tem coragem e é por isso que eu voto
não.” (Rubens Pereira Jr.)
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